sábado, 20 de junho de 2015

SITUAÇÃO ALARMANTE EM MAUÉS


Os últimos finais de semana em nossa amada cidade foram marcados por extrema violência. Assaltos, assassinatos, tiros, facadas, brigas e outras situações que tem acontecido sem a menor cerimônia nos espaços públicos. É simplesmente espantoso o olhar complacente do poder público. Em Maués ando pelas ruas, onde visito amigos e lugares públicos e observo jovens, homens e mulheres, senhores e senhoras perambulando como nômades, desesperançados, sem horizonte, sem uma ocupação que lhes garanta alguma renda. Penso que provavelmente estejam refletindo em como irão prover alimento para a família naquele dia, semana ou mês. São conterrâneos vítimas de um modelo político excludente, incompetente, e descomprometido com as necessidades e prioridades da população e do município. Muitos pregavam projetos e soluções, ganharam a confiança do povo, para finalmente demonstrarem, ingenuidade, inexperiência e desorientação quanto ao processo administrativo do Estado no que diz respeito à busca de soluções.  Na verdade não passam de inábeis tocadores, que nada mais fazem do que ficar sentados esperando os recursos caírem na conta da prefeitura. Às vezes pagam o que devem, outras rezam para que, quem sabe, haja sobras que rendam dividendos para si.

 O resultado desse modo antigo de governar resulta em duas variações da mesma realidade. Uma no universo brasileiro e outra em nível municipal.
Na primeira, o Brasil vem apresentando resultados positivos no desenvolvimento. Apesar dos contratempos amplamente divulgados pela imprensa. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) recentemente publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) - o Brasil melhorou sua posição entre os 187 países ranqueados.
O Amazonas, na mesma direção, vem apresentando resultados igualmente positivos.
Já na escala municipal o indicador é o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal- IFDM, publicado pelo Sistema Firjan, composto pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Centro Industrial do Rio de Janeiro, SESI, SENAI e Instituto EUVALDO LODI-IEL. No relatório nossa cidade está na 5167º posição com um índice de 0,3209. Essa situação não se dá apenas na escala federal, ocorre igualmente no Estado. Ocupamos hoje a 34ª posição, ficamos atrás de municípios como; Nova Olinda do Norte, Urucurituba, Tapauá, Itapiranga, Autazes e Amaturá. Este importante índice nos aponta como município de baixo rendimento no Amazonas, Região Norte e Brasil.
Para você entender o índice. Ele vai de 0 a 1, quanto maior melhor o resultado. Até 0,4 é considerado de baixo desenvolvimento; de 0,4 a 0,6, desenvolvimento regular; 0,6 a 0,8  desenvolvimento moderado e, de 0,8 a 1 alto desenvolvimento.
O índice Firjan é composto por três variáveis: emprego e renda, educação e saúde. Nestas três áreas, Maués, no último relatório, foi considerada apenas regular na educação. A saúde foi considerada de baixo desenvolvimento, e emprego e renda também apenas regular.
Na Educação é importante enfatizar que os setores analisados são o Ensino Fundamental e Educação Infantil, onde as escolas estaduais têm obtido bons desempenhos e as escolas do município, principalmente nas comunidades rurais, tem resultados problemáticos, para usar um termo elegante. Se o índice isolasse o desempenho das escolas estaduais o resultado seria pior.
Porém, vamos ao que interessa; o indicador de Emprego & Renda. Neste, a área em discussão é o mercado formal de trabalho. O índice aqui é o modesto 0,4919 em 2010, e 0,4663 em 2011. Um resultado que não nos permite relaxar, e para Maués está se mostrando uma verdadeira calamidade pública!
Segundo o IBGE, Maués possui 75% de sua população entre a faixa de pobre e miserável. Então surge a indagação: como superar essa realidade se não conseguimos criar emprego e renda para nossa população?
Governar não é um ato contábil, onde se controla (quando controla) a entrada e a saída de recursos. Governar nos dias de hoje se assemelha a uma ação de empreendimento, onde o gestor (empreendedor) com essa visão, precisa se articular, criar e buscar condições favoráveis e trabalhar  para resolver os gargalos que impedem o desenvolvimento do empreendimento (município), no caso, o crescimento econômico e bem estar social da população.
Conclusivamente, nossos índices ruins contribuem para o quadro atual de que se ressente a população e refletem diretamente na juventude, ela tem raiz social, e se alimenta na ausência de políticas públicas e na passividade de quem tem o dever institucional de implementa-las. Essa desastrosa distorção, ou omissão, ou cegueira, ou incompetência pura e simples, tem grande parte da paternidade do que acontece hoje no município, criminalidade, pobreza em índices alarmantes e estagnação econômica, logo, e aí me refiro a questão da Segurança, área de governo que não tem culpa pelas condições adversas criadas pelo próprio município, o devedor dessa dolorosa conta é menos o Estado e mais a incúria mesmo. Em breve se nada mudar Maués se tornará um lugar onde os únicos índices que continuarão em franco desenvolvimento serão o da prostituição, do banditismo, o tráfico de drogas e a violência. E pra quem dizia que ia resolver o problema do emprego e renda...


Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PSD de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.



terça-feira, 25 de junho de 2013

MAUES 180 ANOS.


RESGATAR O ORGULHO DE SER MAUEENSE

Uma cidade é o produto de várias gerações de homens e mulheres que a construíram. Cada indivíduo tem sua história e esta pertence à história da cidade. Uma cidade é tudo que o povo que nela vive pensa, porque nela se condensam todas as vidas dos seus construtores, sonhos e desejos.
Uma cidade é obra do seu povo, dos seus costumes. Honoré de Balzac, o escritor francês, dizia que as ruas de Paris nos davam impressões humanas, assim também ocorre com as cidades brasileiras.

A cidade é fruto do seu povo; da energia e do suor dos trabalhadores, da idéia, da ousadia e determinação do empreendedor, da paixão e fervor dos idealistas, do amor e frenesi dos enamorados e da fé e dogmas dos religiosos, cada parede e rua é testemunha da história da cidade. Mas para essa história ser admirada e motivo de orgulho é preciso que todos se identifiquem com ela.
Cada nova geração deve ser educada e preparada para continuar o esforço de desenvolvimento local, a base dessa educação é a história das gerações passadas. Saber do passado bonito e glorioso é uma forma de estimular a continuidade da luta e gerar o orgulho de pertencer a uma comunidade que progride.
Pensando assim vem ao pensamento as lembranças da Maués dos anos 90,80 e 70 do século XX. Lembro, principalmente, de sua vida noturna. Jovem, passeava na noite, sem medo da violência. Maués era uma cidade pacífica.
Produzir é gerar renda
Uma cidade com vida noturna, com inúmeros “clubes” para diversão e dança, tais como: Maloca, Palhoça, Sambão, Itapuã, Panorama, ABB/BASA, BEASA, União Esporte Clube, Leão Esporte Clube, e os chamados “bregas”. Hoje conta-se nos dedos as opções, reduzidas ao Arco Íris e a Praça de Alimentação.
Mas o que ocorreu? O povo não aprecia mais a diversão noturna? Ou não há recursos disponíveis para o entretenimento noturno?
Naquela época, Maués era o maior produtor de guaraná do Brasil, chegou a produzir mais de 1,3 mil toneladas de semente de guaraná. Atualmente é apenas uma pálida sombra do passado e mal chega a média de 300 toneladas anuais e uma produtividade por hectare não superior a 100 quilos. E esse é só um exemplo, outros produtos do município murcharam, igualmente. As festas da cidade já foram mais atraentes, agora mal conseguem entusiasmar o maueense residente a sair do lar e enfrentar o perigo que se esconde em ruas precariamente iluminadas.

Hoje, a população, mal consegue permanecer em pé e a conquista do alimento do dia  se tornou a maior vitória. Então como pugnar por objetivos maiores se sobreviver por um dia é a prioridade da família? Como pensar em entretenimento, se o básico consome todas as energias.
Um povo que apenas sobrevive tem pouca história e pouco se orgulha dela.
É preciso resgatar o orgulho do povo criando condições econômicas e sociais para que o sorriso volte a face do povo e voltemos a sonhar com crescimento econômico, Sustentável, Social e a Geração de Emprego e Renda.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

TV Brasil ouve Eduardo Braga para programa especial sobre exploração de petróleo e gás na Amazônia

31/01/2012

A equipe do programa ‘Caminhos da Reportagem’, da TV Brasil, viajou milhares de quilômetros no Amazonas para investigar um assunto importante para a população: a exploração de gás e petróleo em cidades como Maués, Coari, Urucu e Tefé. Em Brasília, a reportagem ouviu o senador Eduardo Braga (PMDB). Na entrevista também foram abordados temas como infraestrutura, mudança na matriz energética e estratégia para transformar o estado em centro energético para o Brasil. O programa Caminhos da Reportagem faz parte do Núcleo de Projetos Especial da TV Brasil e vai ao ar no próximo dia 15 de março (quinta-feira), às 22 horas.
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

MAUÉS NA CONTRAMÃO DO BRASIL

Criar emprego para a juventude para gerar desenvolvimento
As notícias sobre o avanço do emprego no Brasil continuam positivas. Recentemente o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou que o emprego com carteira assinada cresceu 5,41% em 2011, com a criação de 1,9 milhão de vagas. Ressalte-se essa evolução ser continuidade de quase uma década, pois de 2003 a 2011, 17,3 milhões de trabalhadores conquistaram a formalidade.
E para o ano de 2012, mesmo em meio a crise mundial, a expectativa é dessa tendência, no Brasil, permanecer com o aumento de 2 milhões de empregos formais até o fim do ano.
No Norte a expansão foi de mais de 131 mil empregos.
Segundo o ministro Paulo Roberto Pinto, esse cenário é favorecido pelas políticas públicas em andamento, como o Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER), por meio de linhas de crédito facilitado às empresas que contratam trabalhadores com carteira assinada.
Outro fator relevante é que em 2011 os salários médios de admissão registraram aumento real, descontada a inflação de 3,12%, saltando de R$ 888,89 para R$ 916,63.
E em Maués? Como anda a evolução do emprego formal?
Conforme disse em artigo anterior:
“apenas para ilustrar a necessidade de maiores ações no sentido de aumentar a taxa de crescimento da economia maueense, no período de janeiro a novembro de 2011 o município teve um desempenho sofrível em termos de geração de novos postos formais de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho neste período foram admitidos apenas 278 trabalhadores, contudo, no mesmo período foram demitidos 215. O saldo entre admissões e demissões é um pálido 63 de postos mantidos. Esses postos não eram frutos de novos empreendimentos, mas somente resultado da rotatividade das empresas instaladas.
Esse resultado não consegue segue absolver o crescimento vegetativo da mão de obra ativa do município que cresce a uma ordem de 2% para uma População Economicamente Ativa (PEA) de 35 mil pessoas, ou seja, apenas para absorver os novos ingressantes no mercado de trabalho é necessário criar em torno de 700 novos postos anualmente.”

Portanto, amigos leitores, estamos na contramão do Brasil. Não estamos olhando pra frente, mas caminhando pra trás!
Desenvolvimento não ocorre com a economia parada, administrando com acomodações, gerenciando apenas os recursos ordinários (aqueles que ingressam por obrigação legal, os repasses, por exemplo). É preciso criatividade, obstinação e compromisso com o crescimento econômico e social.
Precisamos colocar Maués nos mesmos trilhos do trem chamado Brasil.
Para tanto é necessário mobilizar a sociedade, particularmente, trabalhadores e empreendedores objetivando criar uma pauta de ações para criar empregos, renda e qualidade de vida para as famílias maueenses. Nesse debate social, com certeza, iremos chegar a consensos em torno das medidas urgentes a serem tomadas para retomarmos o nosso desenvolvimento.

Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PR de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PMDB DE MAUÉS PRESTA CONTAS DE 2011

Ao longo de 2011, representado por seu presidente Alfredo Almeida, o PMDB de Maués participou e organizou inúmeras atividades, sempre objetivando garantir que os recursos públicos sejam utilizados da maneira mais eficiente para benefício da população, principalmente, os pobres, os que mais precisam do apoio público.
Neste ano muito se avançou, embora, a Administração Pública Municipal tenha deixado de colaborar proficientemente, de fazer sua parte.
Para tanto não foi poupado esforços. Reunião com secretários, parlamentares (principalmente o senador Eduardo Braga) e com o governador Omar Aziz e seu vice o professor José Melo. O resultado final engrandece e sentimos o dever cumprido, embora, ainda, há muito a fazer.
A educação fundamental nas escolas estaduais foram premiadas, os produtores rurais foram beneficiados com produtos e maquinários, tudo transportado pelas embarcações das associações, estes comprados no período em que Alfredo Almeida foi Secretario Extraordinário do Amazonas. Só para citar algumas ações.
Mas sem dúvida o maior avanço ocorreu na área de moradia popular onde só em 2011 foram entregues mais de 500 casas do projeto do INCRA. Uma vitória do povo que hoje mora com dignidade.
Esperamos muito mais em 2012. Mais conquistas e vitórias!

FALTA DE EMPREGO FAVORECE SAÍDA DE JOVENS PARA OUTRAS CIDADES

Mais um ano chega ao fim. Poucos dias nos separam de 2012.
Várias cerimônias de fim de jornada ocorrem, simbolizando vitórias e alcance de metas. Uma delas, a de conclusão do Ensino Médio, traz consigo a simbolidade, também, do jovem trabalhador a ingressar no mercado de trabalho (pelo menos para a grande maioria) do início da maioridade e para tantos outros, o sonho de continuidade dos estudos em uma Universidade.
Mas esse momento, até agora, é um momento de dor e angústia para boa parte das famílias maueenses, pois é hora desse jovem, buscar melhores possibilidades de trabalho em cidades com mais oportunidades de emprego e estudo como Manaus e até Itacoatiara.
É sobre esse fato que passo a discorrer. Maués precisa impulsionar sua economia para reter e diminuir a saída dos jovens para outras cidades. Para tanto é necessário sair da estagnação econômica e paralisia administrativa do presente e caminhar no mesmo sentido do resto do país.
Se medidas urgentes não forem tomadas o quadro tende a piorar, pois com as novas perspectivas em função da Copa, obras em execução e demanda por serviços, haverá um crescimento dos investimentos para construção de aeroportos, terminal portuário, Arena da Amazônia, novos hotéis e tudo que isso representa em termos de atração de mão de obra para prestação de serviços.
 Apenas para ilustrar a necessidade de maiores ações no sentido de aumentar a taxa de crescimento da economia maueense, no período de janeiro a novembro de 2011 o município teve um desempenho sofrível em termos de geração de novos postos formais de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho neste período foram admitidos apenas 278trabalhadores, contudo, no mesmo período foram demitidos 215. O saldo entre admissões e demissões é um pálido 63 de postos mantidos. Esses postos não eram frutos de novos empreendimentos, mas somente resultado da rotatividade das empresas instaladas.
Esse resultado não consegue segue absolver o crescimento vegetativo da mão de obra ativa do município que cresce a uma ordem de 2% para uma População Economicamente Ativa (PEA) de 35 mil pessoas, ou seja, apenas para absorver os novos ingressantes no mercado de trabalho é necessário criar em torno de 700 novos postos anualmente.
Não é preciso dizer muito mais para explicar o por quê da fuga dos jovens trabalhadores, recém formados no ensino médio, para outras cidades.
A paralisia da Administração Pública Municipal no tocante a iniciativas para geração de emprego no comércio e na indústria local é um contributo a mais para a migração desses jovens.
Para enfrentar a estagnação que assola o nosso município é preciso juntar forças e operacionalizar planos e programas de qualificação aos trabalhadores, apoio à produção e aos empreendedores  estímulo a formalização do emprego.
Somente com trabalho será possível manter os jovens de Maués junto a suas famílias.
 
Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PR de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

BALANÇO DE 2011 E NOVAS ESPERANÇAS EM 2012

2011 está findando. É momento de festas, mas, também de avaliar os feitos e os desfeitos.
Educação estadual: destaque em Maués
Cada cidadão, família, organização privada ou pública e todas as autoridades públicas deve finalizar o ano realizando a retrospectiva individual, para verificar se o dever foi cumprido, se algum sonho foi realizado ou se, pelo menos, boas ações à sociedade foram oferecidas.
Em linhas singelas posso afirmar: Maués continua a mesma de sempre. Uma cidade que mereceria melhor tratamento por parte das autoridades municipais, pois sua história engrandece os nela nascidos e os por ela recebidos, mas parece que alguns, principalmente as atuais autoridades constituídas, nela não mereciam ter nascidos quanto mais recebidos.
Em um breve retrospecto percebe-se que a soma dos acontecimentos tem um saldo negativo para os maus feitos e desfeitos, por parte do Poder Municipal, e positivo para as outras esfera do Poder Público.
Combate a pobreza
As notícias mais comuns foram o de ações policiais desbaratando quadrilhas aliciadoras de crianças,  apreendendo drogas, prendendo jovens por participação no tráfico de drogas. Pouco se ouviu sobre grandes ações para fomentar nossa agricultura, para atrair investidores ou para gerar renda e emprego. Nesses aspectos a única grandiosidade foi a propaganda, pois sempre o cacarejo foi maior que  o feito.
O porto continuou paralisado. E a não aprovação da prestação de contas das obras, inclusive com indícios de superfaturamento, deixou o município inadimplente com a União, sem a possibilidade de novos contratos.
Dignidade aos trabalhadores
Em sentido contrário, boas notícias e ações, a presença do Governo Estadual foi marcante! As escolas estaduais foram premiadas por resultados positivos e as comunidades rurais beneficiadas com apoios na forma de doações de  implementos agrícolas e construção das sedes sociais por meio da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), só para citar alguns benefícios e, em nível federal, mais de 500 casas do Projeto do Incra foram entregues somente este ano.
Apoio à produção rural
O ano de 2011 mostrou, mais uma vez, a desarmonia existente entre o Amazonas e nossa querida Maués. E as motivações não são sentimentos separatistas, mas sim, total desligamento das autoridades municipais para com o governo estadual e federal, pois seguindo na contra mão dos demais municípios amazonenses nossa economia aumentou a dependência das atividades públicas enquanto as empresas, principalmente as dos filhos da terra, emagrecem os negócios em função da baixa renda no município, pois 75% da população, revela o IBGE, são pobres ou miseráveis.
Mas o ano novo sempre vem com novas esperanças e revigoramento de objetivos. Nossa maior esperança é que o povo finalmente creia na mudança e renove a prefeitura com homens compromissados, criativos, articulados e competentes para recolocar Maués no caminho do desenvolvimento econômico, social e cultural.
Esse é o nosso desejo e nossa maior esperança!

Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PMDB de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ESTAÇÃO ECOLÓGICA SEM PROTEÇÃO AO SER HUMANO É PREJUDICIAL A MAUÉS

Neste 3º artigo, sobre a possível criação de uma estação ecológica em Maués, vou me permitir falar sobre nosso município, pois, às vezes, minha percepção indica que algumas iniciativas como a do Instituto Chico Mendes, ICM-bio, são formuladas sem estudos prévios da realidade e sobre os impactos sociais as populações residentes, inclusive, estas sendo vistas como transtornos a serem removidos.
Ouvir a população é necessário
Para a apresentação de uma proposta de tamanha envergadura três condições preliminares deveriam ser atendidas: visita prévia, esclarecimento e consulta direta a população residente nas áreas a serem impactadas e debate público em fóruns e casas legislativas pertinentes.
No entanto, se tais ações ocorreram foram tímidas o suficiente para estarem em completo desconhecimento dos trabalhadores, comerciantes, professores, estudantes, agricultores, pescadores e outros segmentos não consultados.
Maués com uma população recenseada em 2010 de 52.236habitantes e estimada para 2011 de 53.216 é o 8º mais populoso município do Amazonas, desta população 51,5% reside em 189 comunidades na zona rural. Segundo o IBGE (Censo 2010) possui 10.004 domicílios e destes 2.647 (26,45%) não possuíam energia elétrica e 4.616 (46%) se abasteciam de água de forma precária e sem tratamento. 72,45% das famílias tem rendimento mensal igual ou menor a R$260,00 ou não tem rendimentos, vivendo abaixo da linha da pobreza. A taxa de analfabetismo no município é de 15% da população.
O Produto Interno Bruto em 2008 foi de R$ 210.821 mil,  assim distribuído:  agropecuária 23,22%, indústria 8,46%, serviços 65,72% e impostos 2,58% e PIB per capita de R$ 4.319. O município possui uma elevada taxa de dependência econômica das Atividades Públicas. Em 2007, 46,28% do PIB municipal proviam de recursos federais, estaduais e municipais demonstrando uma taxa de dependência alta para funcionamento da economia.
Desenvolver para proteger
Exposto esses dados perguntasse aos formuladores da proposta: em quê a criação da Estação Ecológica de Maués irá contribuir para melhorar esse quadro? Ou será que dificultará ainda mais a situação da população?
Nosso município necessita se organizar, planejar suas políticas públicas municipais visando reerguer sua economia, como forma de garantir renda e trabalho para a população.
É vergonhoso, em pleno século XXI, estarmos acuados por uma chaga social, a miséria, que frustra as expectativas da juventude e rompe os lares possibilitando o crescimento da violência, da prostituição e o uso e tráfico de drogas, só para citar alguns subprodutos da miséria, da educação de má qualidade e da falta de oportunidades.
Por isso, toda proposta de subtração dos recursos naturais disponíveis para usufruto da população, deve, no mínimo, ser acompanhada de compensações econômicas e sociais, ou então, significarão apenas uma inversão de valores onde o ser humano deixa de ser o principal objetivo da governança pública e surge apenas como um objeto acessório de políticas de gabinete.
Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PR de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.

domingo, 11 de dezembro de 2011

ESTAÇÃO ECOLÓGICA TRAZ PREJUÍZOS ECONÔMICOS A MAUÉS

ARTIGO - 02
Áreas em uso na Floresta de Maués
Hoje volto a discutir a proposta do Instituto Chico Mendes – ICMbio, para a criação de uma estação ecológica em Maués. Como disse anteriormente o município já tem comprometido cerca de 50% do seu território com 2 reservas florestais e 1 reserva indígena, que somam mais de 1,5 milhão de hectares atualmente. Se aprovada a criação da Estação Ecológica de Maués, com mais de 660 mil hectares, o município ficaria com cerca de 70% da totalidade do seu território com potencial limitado as regras de exploração das unidades de conservação.
A área pretendida para estabelecimento da Estação Ecológica faz parte do Projeto Promim-tapajós, Província Aurífera Tapajós, onde, segundo o Serviço Geológico do Brasil –CPRM, contém a maior reserva de ouro do mundo, com mais de 200t do minério, num valor estimado acima de R$ 8 bilhões. Outro elemento presente na região é o calcário, importante para fertilização agrícola.
Fonte: CPRM
A implantação de uma unidade de conservação integral como a estação ecológica, invibializaria qualquer modalidade de manejo florestal na região pois, segundo a legislação, esse tipo de unidade não permite fluxos circulatórios, a exceção de estudos e pesquisas, diferentemente da floresta pública cujo “objetivo básico é o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em método para exploração sustentável de florestas nativas”, como determina o artigo 17 da lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Neste modelo as populações residentes ou interessados podem utilizar os recursos naturais existentes de forma racional, por meio de concessões, para exploração via manejos florestais, cuja síntese é a sustentabilidade da floresta ao utilizar somente as árvores antigas e manutenção das novas.
Para melhor compreender o prejuízo potencial: em uma área de 600 mil hectares existe um volume médio de cerca de 60 milhões de m3 de madeira possíveis de serem processadas a um valor atual de R$ 200,00 por m3, ou seja, R$ 12 bilhões que ficarão imobilizados em detrimento da população que nas últimas décadas defendeu e preservou esses recursos, enquanto a Mata Atlântica era devastada num modelo de exploração até a exaustão com derrubada permanente da floresta, principalmente, para fins pecuários.
É importante ressaltar que 55% da população de Maués reside em comunidades dentro ou no entorno das florestas públicas, portanto, sobrevivem dos recursos florestais. A criação de uma nova reserva na modalidade estação ecológica traria imensos prejuízos econômicos e sociais para nosso município, inviabilizando seu desenvolvimento por meio da imobilização de imensos recursos florestais aptos a permitirem o crescimento econômico sustentável de Maués.
O Amazonas não pode ser visto apenas como reserva ecológica para compensar eventuais prejuízos ambientais provocados por obras em outras regiões. Somos mais de 3 milhões de habitantes que necessitam de moradia digna e renda para alcançar uma condição de vida confortável e sustentável.
Até o próximo artigo.
Alfredo Almeida – É maueense, empresário e presidente do PR de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Estação Ecológica entrava desenvolvimento de Maués

Todo dia ouço reclamações sobre a falta de emprego, o “dinheiro que sumiu”da cidade, o prefeito viajando…, a cidade sitiada pelo crime, e penso, comigo mesmo, sobre o que deve ser feito para mudar a situação dos meus irmãos mauesenses.
Sempre vi na floresta, dada por Deus, o imenso celeiro de oportunidades sustentáveis para gerar renda para as famílias. Contudo, vez ou outra, sou assombrado por problemas causados por propostas originadas por pessoas distantes da nossa realidade.
Unidades de Conservação - Amazonas
A última veio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade -ICMbio, que recentemente apresentou a proposta de criação da Estação Ecolológica de Maués para compensar  os impactos ambientais decorrentes da instalação de três hidrelétricas no rio Tapajós, Estado do Pará, pelo Governo Federal.
Isso iniciou um efervescente debate sobre a oportunidade da iniciativa. Felizmente, até provem o contrário, se conseguirem, contra a proposta.
A proposta é complexa, pois apresenta uma série de componentes ambientais, políticos, econômicos e, principalmente, sociais.
Apesar da extrema complexidade o assunto vinha sendo tratado divorciado dos principais agentes a serem atingidos: os cidadãos mauesenses, principalmente, as populações das áreas a serem atingidas.
Em função disso passo a participar desse debate. Agora e nos próximos dias irei postar diversos artigos abordando diferentes facetas da questão. É preciso esclarecer a população dos inúmeros elementos presentes na discussão. Somente discutindo-os é possível chegar a um denominador que permita aos cidadãos de Maués se posicionarem no debate.
Primeiramente é preciso esclarecer que o município de Maués possui 3.998.840 ha. Atualmente, deste total, a Floresta Estadual de Maués ocupa 438.440,32 ha (10,96 %) e a Floresta Nacional do Pau Rosa 827.877 ha (20,7%), somados a Reserva Indígena Sateré Mawe o município tem quase 50% de sua extensão territorial comprometidos com unidades de conservação e reserva indígena. Sendo que as duas unidades de conservação foram criadas em 2003 e 2001, respectivamente, e a reserva indígena em 1986.
Segundos dados do Programa de Monitoramento da Amazônia Legal, a partir das análises de dados do periodo de junho de 2010 a junho de 2011, o Amazonas é o quarto colocado no índice de desmatamento, ficando atrás de Rondônia, Mato Grosso e Pará, que ocupa a primeira posição no ranking, responsável por 38,3% do total desmatado no periodo.
Seguindo os números, o Amazonas tem contribuído, efetivamente, para a preservação da nossa floresta e contribuído decisivamente para o resultado obtido em 2011: a menor taxa de desmate registrada  na Amazônia desde 1988.
Desmate por Estado. Fonte: INPE
No mesmo caminho, Maués é um dos municípios brasileiros e amazônicos com maior taxa de conservação da floresta nativa, 97%. Logo, é estranha a proposta de “penalizar” a população que zela por seu ecossistema com a criação de uma Estação Ecológica.
Digo “penalizar”, pois os números demonstram que a estação deveria ser criada em regiões ameaçadas e não onde a população tem feito o ‘dever de casa”, conservando a floresta para as futuras gerações e não emitindo gases do efeito estufa, como o carbono.
Ao contrário de entravar a disponibilidade dos recursos, oriundos da floresta, para usofruto da população amazonense e, em especial do maueense, com a criação de uma unidade de conservação onde somente a pesquisa e o estudo são permissíveis, o debate deveria ter como tema a utilização sustentável dos recursos da floresta em benefício das populações tradicionais da Amazônia, agentes essenciais para a proteção e conservação do patrimônio natural amazônico.
No próximo artigo trataremos sobre os prejuízos econômicos a Maués se a estação for criada, pois ela possuiria 6,6 mil km2, 17% da área do município, ou seja, somada as demais unidades de conservação, quase 70% do território de Maués.
Até logo.

Alfredo Almeida
– É maueense, empresário e presidente do PR de Maués. Foi Secretário Extraordinário do Estado do Amazonas no período de 2004 a 2006, Deputado Estadual no Amazonas na legislatura 1998 a 2002, vereador em duas legislatura (1988 a 1992/1993 a 1996) e Presidente da Câmara Municipal de Maués no período 1995/1996.